22 de jun. de 2007

Assim CÊ me mata, Caetano! - Dhan (Caetanizado...) - Bauru - SP


Quando cheguei na porta do SESC, meu coração parecia que ia sair pela boca, minhas mãos estavam gélidas, úmidas, meus olhos lacrimejavam de tanta emoção. Uma espera de uns seis anos pra ver e ouvir o homem que de certo modo mudou minha vida, minha maneira de encarar a vida. Cheguei lá faltando quatro horas para o show, fui o terceiro da fila, assim como no dia da compra do convite, fiz questão de chegar bem cedo!


O power-trio já estava lá passando o som, era possível ouvir os acordes e os riffs da guitarra de Pedro Sá. Não demorou muito, a banda deixou o local, e eu claro não poderia deixar de tirar foto com eles, afinal eles também fazem parte do espetáculo


Fiquei muito apreensivo, não sabíamos se Caetano receberia a platéia após o show, mas mesmo assim na minha mochila eu levava o primeiro disco dele, que contem as canções que foram as primeiras que eu ouvi e o livro escrito por ele “Verdade Tropical”, que me apresentou Caetano numa outra dimensão, não como apenas o meu ídolo, mas também como um homem cheio de historias, de varias vidas em apenas uma única vida, quem sabe eu conseguiria autografá-los? Naquela noite tudo era possível!


Quando liberaram a entrada para o ginásio, eu plantei em frente ao palco, cara a cara com o microfone de Caetano, criei raiz ali, graças aos meus quase dois metros de altura, nada atrapalharia minha visão, enquanto a dos que estavam atrás de mim....rs. Foram quase duas horas de espera ali plantado, enraizado.
Quando a banda tomou seus lugares no palco, e começaram os primeiros acordes de “Homem”, meus batimentos cardíacos aceleraram, minhas pernas pareciam inexistir, quando como num passe de mágica, surgiu a silhueta do “homem velho”, caminhando no fundo do palco. Fiquei estático, contemplando a figura mágica daquele homem, ate que não pude mais suportar aquela mistura de sentimentos e sensações, aplaudi e gritei muito, foi a maneira de extravasar tudo aquilo que em seis anos estava guardado aqui dentro.


Caetano é um menino no palco, todos aqueles jeitos peculiares dele, caras, bocas, gestos, enfim tudo, ali na minha frente, eu estava a ponto de explodir de tanta alegria.


Quando ele começou a cantar “Chão da praça”, eu cantei junto com ele, nesse momento ele olhou pra mim, piscou e sorriu, como se dissesse: “Não acredito que você também sabe cantar essa música?”. Como já era o esperado, a platéia só conhecia as musicas antigas, as novas, ninguém cantava junto. Se vê-lo a poucos metros, não fosse tão incrivelmente mágico, eu teria me irritado com os desinformados pedindo pra que ele cantasse “Sozinho”.


Ele sambou, dançou, encantou, mostrou a barriguinha e tudo.


Quando o show terminou, fomos na porta que dá acesso ao camarim, mas foi dito que ele não receberia ninguém, pois estava vindo de uma série de shows. Tentamos ficar ali, fazendo aquela pressaozinha básica, mas foi em vão...


Como um bom fã, não desisti, fui ate a porta dos fundos do SESC, e lá fiquei...
Quando o Pedro Sá saiu, fui pedir um autografo pra ele, ele comentou que me viu cantando todas a músicas... Marcelo calado também me deu um autografo muito engraçado: "Danilo, você só pensa naquilo hahhaha"!


Quando Caetano saiu, cercado de seguranças, eu cheguei junto e disse, “Caetano me dá um abraço! Só um!” ele olhou pra mim, os seguranças abriram passagem, e ele me surpreendeu dizendo: “Rapaz, eu ti lembro no show todinho”, e me abraçou... Foi o abraço mais aconchegante de todos que eu já recebi. Naqueles poucos segundos, disse-lhe que ele mudou minha vida, e pedi uma foto e ele se prontificou, e click!


Assim CÊ me mata, Caetano!

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